Londres : Natureza vs atletas

E o vencedor foi...a natureza !? Como ? Então foi assim : 1-Juntou-se a nata dos melhores maratonistas mundiais (cerca de 7/8 atletas) todos capazes de correr a maratona em 2h04m ou menos !Provavelmente a melhor start list de sempre que alguma maratona alguma vez teve.2- Aparece um dia cheio de sol,raro em londres,com temperaturas mais primaveris do que as ideiais para correr durante 2 horas a alto nivel. 3-Com a competividade inerente a uma start list destas mais lebres a trabalharem duro na frente passa-se a 1h01m34s à meia maratona (???!!!) tempo bem abaixo da passagem para recorde do mundo. 4-A partir dos 30km quando a coisa começa mesmo a doer foi cada um por si em modo «sobrevivência» e...5- Maratonistas do calibre de Gilbert Muttai, Patrick Makau ou Wilson Kiplagat deram o estouro completo...6- Ainda 2 quenianos tentaram salvar a «pátri» (Emannuel Muttai e Stanley Biwott )que acabaram por se anular ou ao outro ! 7- O mais «esperto» de todos foi o etiope Kebede,velho conhecedor do percurso londrino e que quando viu a loucura da passagem à meia(que ele também passou no grupo da frente) refreou o andamento e pensou : Vão rebentar todos ! Ganhou a aposta e levou a vitória para casa pela 2ª vez em Londres ! O pequeno etiope, bronze nos jogos de pequim 2008 e nos mundiais de berlim 2009 provou uma vez mais que é um dos mais consistentes maratonistas do mundo e que em termos de leitura de corrida está mesmo no top 3 actual.
Realçe indiscutivel para a grande vitória da queniana Jeptto que ficou a 1 segundo do recorde pessoal (?!)com uma marca excelente, dadas as condições, na casa das 2h20m. Também rebentou muita gente no lado feminino,inclusive a Jessica Augusto que desistiu,e até deu para a excelente japonesa Akaba ser 3ª perante um lote de africanas temivel. A campeã olimpica etiope Tiki Gelana acabou em 16º a passo em ...2h36m . Dia supreendente em Londres onde a natureza colocou os super atletas de elite no seu lugar !!!

Festival Brownlee

Só uma palavra para a prestação (mais uma ) do campeão olimpico Alistair Bronwlee : Incrivel ! Mas há duvidas que estamos na presença do melhor triatleta que já apareceu na distância olimpica até aos dias de hoje ? Não há pontos fracos no inglês e o mais impressionante é a sua capacidade de ser constantemente «agressivo» no bom sentido enquanto compete. Não há espaço para tempos mortos nem para «passeios» no parque seja a nadar, pedalar ou correr ! Impressionante é dizer pouco. Só há alguém que pode lá chegar perto e esse alguém é precisamente o seu irmão mais novo Jonathan. Gomez bem tenta mas quando os irmãos estão no seu melhor não há hipoteses para ninguém.
O que dizer do João Silva ? Apenas aquilo que tenho vindo a referir. Um dos melhores do mundo na actualidade. Mais um pódio e...liderança do ranking mundial deste ano ! E ainda estamos em Abril. Um dos melhores atletas portugueses do momento sem favores ao lado de Ronaldo  e do Rui Costa ciclista !
Realçar também a corrida feminina com uma corrida avassaladora da americana Jorgensen (uma ex atleta de pista...) que além de levar o titulo nacional americano ganha pela primeira vez uma prova deste nivel e abre ainda mais a competitividade entre as senhoras onde cada vez mais uma prova é uma possivel caixinha de surpresas. Em termos de emoção a prova «delas» foi até melhor que a «deles». O circuito está cada vez mais competitivo e qualitativo.

Síndrome Djokovic

Incrivel como o nosso cérebro funciona !E não há modalidade melhor para o observar do que o ténis onde a parte mental tem um quoficiente grande na gestão do jogo. Nadal não encaixa no jogo de Djokovic e por outro lado Djokovic descobriu o segredo do jogo do espanhol ! Mesmo na terra batida onde nunca houve um jogador tão dominador como Nadal (nem mesmo Bjorn Borg !) Djokovic já consegue ter o tal ascendente psicológico sobre o espanhol.E vai daí que tenha sido mais ou menos natural que tenha ganho ontem o Master Series de Monte Carlo que era «propriedade» do maiorquino há...8 anos !!! Acabou o reinado de Nadal mas há que tirar o chapéu a este incrivel tenista que depois de uma paragem prolongada por lesão regressou ao exigente circuito mundial fazendo 5 finais consecutivas nas quais levou o troféu para casa em 3 dessas finais ! Monstruoso pois...
O sérvio tem como missao clara ganhar Roland Garros,o unico dos slams que lhe falta no palmarés, e o prenuncio desta vitória é óptimo. Mas...ainda falta muito.E o espanhol vai querer vingança..

Liege-Bastogne-Liege 2013

Sem duvida a mais interessante da ultima das clássicas dos Ardennes (e da Primavera) a Liége-Bastogne-Liége teve como vencedor o irlandês Daniel Martin que já muitos apontam, finalmente, como o grande sucessor do enorme  Sean Kelly um ciclista, da mesma nacionalidade que Martin, magnifico que brilhou a grande altura entre os anos 80 e 90 ! Esta vitória espectacular de Martin foi possivel não só pelas excelentes qualidades explosivas do irlandês mas muito pelo espectacular trabalho da sua equipa Garmin em especial o canadiano Ryder Hesjedal que nos ultimos kms forçou o andamento para permitir a estocada final do companheiro de equipa.
Joaquin Rodriguez bem tentou mas supreendentemente Martin foi mais forte na aceleração final que supostamente é o terreno predilecto do espanhol ! Valverde também tentou outra vez mas só deu novamente para ser 3º ! Realce mais uma vez para a excelente performance de Rui Costa que aguentou sempre o andamento dos ciclistas da frente e foi 9º ! Não há duvida de quem é o melhor ciclista português do momento com potencial inequivoco para vir a ser um dos 3 melhores de sempre !Veremos se terá sorte...

La Fléche Wallonne 2013

Hoje disputou-se a 2ª das 3 clássicas dos Ardennes ficando a ultima para domingo (Liége-Bastogne-Liége ). Disputada desde 1936(!) a Flèche -Wallone é conhecida pelos seus 205 km de autêntico «quebra pernas» com o sempre espectacular final no Mur de Huy uma autêntica rampa que faz sempre a natural selecção do vencedor. Esta clássica é talvez aquela que, dado o seu final, leva a que muitas vezes um trepador possa levar de vencida uma clássica deste gabarito e prestigio. Daí sempre a presença de nomes muito sonantes mais ligados à alta montanha e que nos ultimos metros do super exigente Huy tentam a sua sorte. Mas os ciclistas com capacidade «explosiva» são regra geral os mais aptos para finais deste género e este ano isso ficou novamente provado com a vitória inesperada do espanhol Daniel Moreno que supostamente estaria mais vocacionado para «levar» o outro colega da equipa espanhol, Joaquim «Purito» Rodriguez à vitória !
Mas as pernas ditam leis e hoje Moreno estava de facto mais forte que todos e colocou o seu ataque no sito certo à hora certa ! Magnifico !O português Rui Costa fez uma boa prova dentro dos 35 primeiros apenas a 30 segundos do vencedor e dando mais uma mostra que é um ciclista de elite arrisco dizer entre os 30 melhores da actualidade. E só tem 25 anos.Hoje ficou imediatamente à frente de um tal...Alberto Contador! Realço a presença cada vez mais constante dos ciclistas colombianos a discutirem vitórias em provas de grande nivel internacional ! Conhecidos por serem grandes trepadores os colombianos afirmam-se cada vez mais como corredores com grande capacidade fisica e...inteligência a correr. Aqui há uma semi novidade que ainda irá dar que falar. É porque esta geração é muito muito nova e vai fazer mossa a muito curto prazo ! Domingo há mais ! E o Giro está quase a chegar...

Amstel Gold Race 2013

Na semana das clássicas dos Ardennes a primeira delas teve um desfecho algo inesperado com o ressuscitado Roman Kreuziger a aproveitar da melhor forma uma fuga onde acabou por ser o unico a escapar aos grandes tubarões do pelotão e levar a vitória numa clássica desta dimensão que não fica nada mal no curriculo do ciclista checo. Kreuziger é um daqueles casos que prometia mundos e fundos no inicio da carreira mas que acabou por nunca «explodir» verdadeiramente de acordo com o potencial que (parecia) ter. Este ano aconteça o que acontecer já não sai de «mãos a abanar». Os grandes derrotados foram Valverde e Gilbert,dois dos maiores favoritos,que já não foram a tempo de «caçar» o checo e morreram na praia ficando apenas em lugares honrosos (2º e 5º respectivamente).Pouco para o que traziam planeado.
Refira-se que a Amstel Gold Race com este final efectuado por um lado diferente da mitica subida do Cauberg não tem aquele impacto que tinha noutros anos. Não deixa de ter um final dificil mas...não é a mesma coisa ! Azar para o Rui Costa,mais uma vez vitima de uma queda que mandou para casa vários corredores, e ...por onde andou Peter Sagan a minha grande aposta ???

Cavalo de corrida -parte II

E vão 2 seguidas. Foi o tour de Flandres e sem surpresa,diga-se, Cancellara ganhou o Paris Roubaix pela 3ª vez na carreira. O «Spartacus» como é conhecido esta «máquina de pedalar» teve que suar e lutar mesmo até ao ultimo metro pois o belga Sep Vanmarcke,grande revelação deste ano, aguentou até ao final com o suiço e foi só mesmo ao sprint que os 254 km do inferno do norte foram decididos.
Por si só o Paris-Roubaix já é conhecido pelas sua peripécias anuais dadas as caracteristicas e dificuldades de um percurso «sui generis». Levada a discussão ao sprint a coisa é ainda mais espectacular. Mais um domingo de sonho num Abril que é sempre recheado de grandes eventos ! Tremendo...

ITU world triathlon auckland

Primeira prova do circuito de elite da categoria World Triathlon onde só mesmo os melhores têm entrada na start list. Mesmo sem os irmãos Brownlee (as maiores estrelas da actualidade) houve uma start list muito forte com muitos nomes novos a começarem a surgir. Mas foi o já experiente e provavelmente mais consistente triatleta do mundo, o espanhol Javier Gomez, a ganhar com naturalidade e com a companhia no pódio do compatriota Mario Mola,um corredor temivel, e...do João Silva. Não há hoje em dia qualquer surpresa em ver o triatleta da benedita a lutar prova após prova pelos lugares cimeiros. João Silva é o melhor triatleta masculino que Portugal alguma vez teve e sem duvidad um dos 5/6 melhores do mundo. No futuro só se esperam coisas boas. E Gomez promete mais uma vez não dar tréguas aos irmão britânicos. O espanhol é um atleta admirável !

Foi sino....foi tudo !

Vou-me repetir mas tem de ser : O circuito mundial de surf está espectacular e mais uma vez a etapa de Bells Beach na austrália teve momentos sublimes. Não sou suspeito pois nem sequer sou praticante de surf e por isso digo sem quaisquer duvidas :Eis a modalidade que mais tem evoluido e a que a nivel televisivo mais tem feito por crescer e para entrar em mais mercados. Juntando ao seu caracter apelativo e divertido podemos estar na presença de um dos desportos que mais irá crescer em termos de praticantes a curto prazo. Os atletas estão cada vez mais profissionais, a competição é tremenda e atinge niveis técnicos e de emoção bem elevados e tudo o resto surgirá normalmente. O crescimento é inevitável.
Voltando ao Rip Curl Pro na mitica onda de Bells Beach onde tem lugar o evento mais antigo do circuito mundial voltámos a assistir a um espectáculo imenso e intenso! Os favoritos ficaram pelo caminho mais cedo do que era previsto (Slater,Parkinson e Fanning)tal foi o nivel dos restantes e a competição ficou (muito) aberta. Haviam 2 surfistas a destacarem-se ainda mais dos outros pelos heats que iam vencendo e a qualidade demonstrada : Adriano de Sousa e Jordy Smith. Calhou que tivessem que se enfrentar na meia final. E por isso não ganharam os dois :) ! Há que destacar também o extraordinário campeonato efectuado pelo «rookie» Nat Young que só foi parado na final pelo devastador surf do «mineirinho».
Um brasileiro venceu pela primeira vez o mitico troféu de Bells e na hora de celebrar em palco a emoção foi tanta que até o sino se partiu !!! Garra, inteligência e muita radicalidade. Adriano de Sousa foi um justo vencedor. E agora vem a etapa...no Rio de Janeiro !  O show continua num campeonato apaixonante.

Miami...como costume !

Como é costume Miami teve direito às suas surpresas. 6º torneio mais importante do mundo e com a particularidade de ser jogado logo a seguir a uma intensa semana em Indian Wells, o «quente» master series de Miami tem de ser gerido pelos melhores com muita muita cautela. Quem se dá bem em Indian Wells sabe que fisicamente regra geral paga caro em Miami e vice versa.Duplas vitórias nestes 2 torneios só mesmo os grandes jogadores e em circunstâncias muito especiais ! Não foi por isso surpresa que Djokovic e Del Potro tenham sido eliminados prematuramente (uma palavra especial para o regresso espectacular do veterano Tomy Haas em tempos uma promessa forte para ser nº1 mundial mas...), a ausência inteligente quer de Nadal (após a vitória em Indian Wells e sabendo da montanha de pontos a defender nas semanas que aí vêm na terra batida) quer de Federer a gerir a carreira nesta fase com pinças e a porta aberta para o consagrado mais «fresco» Andy Murray aproveitar o ganho ! E assim foi. Houve o super trabalhador Ferrer a moer o juizo até ao fim (match point para vençer o torneio desperdiçado)mas o escoçês levou pela 2ª vez o valioso troféu e o chorudo cheque para casa ! E...subida ao 2º lugar do ranking por troca com o suiço. Interessante. Agora vem aí a terra batida e muita muita coisa em jogo. Nadal com o mundo por defender, Djokovic à procura do unico torneio do slam que lhe falta, Murray e Federer a lutarem pelo nº2 e à espreita do que possa suceder e 4 ou 5 jogadores (qual abutres) a ver se os «grandes» deixam alguma comidinha para eles. Isto ainda agora (vai) começar....

Cavalo de corrida

Previsivel mas....dá muito trabalho. Quando se é considerado um dos favoritos a vencer determinada prova a dificuldade de justificar esse favoritismo é maior pois todos os olhares estão colocados na movimentação desse atleta. No caso de Cancellara toda a gente sabia que o tour de flandres este ano tinha a «sua» cara. Só Sagan ou eventualmente Boonen o poderiam contrariar. Com o belga fora da corrida muito cedo (queda aparatosa) a luta ficou restrita aos dois mais fortes do pelotão e o ataque decisivo do suiço é bem apanhado no video.A partir daqui o «cavalo de corrida» não deu mais nenhuma chance e até à meta foi sempre a ganhar terreno. Final perfeito e mais um sinal para o grande Paris -Roubaix que aí vem? Quem conseguirá segurar o «cavalo» ? Só uma queda ou uma avaria digo eu (o que no Paris-Roubaix é fácil de acontecer ).